quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

POESIA: Dia de Folga, Jacques Prévert

Pus meu quepe na gaiola
e saí com o pássaro na cabeça

Como é que é
não se bate mais continência?
perguntou o comandante
Não
não se bate mais continência
respondeu o pássaro

Ah bom
queira me desculpar
eu pensei que se batesse continência
disse o comandante
Está desculpado
qualquer um pode se enganar
disse o pássaro

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Estúpidos Professores

Nunca na vida tive sucesso com a escola. As portas se abriram pra mim algumas vezes, mas por não gostar de me limitar sempre acabava pulando o muro.
E foi caindo que aprendi a respeitar as cicatrizes que já não me assustam mais como em Frankenstein.
Certa vez fui vencedor, eu me me lembro, na aula de educação física, aquele curto espaço de tempo onde as crianças poderiam por sua vez correr,
e como bonificação recebi com mérito aquela medalha, que poderia ser pendurada em meu peito, onde todos pudessem ver: '1º lugar, 1º torneio de futsal, 1ª série D" vinha escrito em gravura em sua outra face junto com meu nome e data para registrar aquele triunfo.
Exceto a medalha, não me lembro de nenhuma outra grande lembrança trazida por mim ao meu lar, não ao menos vindo da escola.
D também em meus 'boletins', D's em negrito e bem vermelhos para deixar tudo mais colorido e...

triste?

Não tive bons professores, o que me fez começar a pensar e procurar outros caminhos, certamente mais difíceis.
-"Pai, o meu professor é um idiota"!
Não sei porque mas, assim como os professores, meus pais achavam que os professores é que estavam certos.
Eu repeti.
Repeti várias vezes, mas meu pai negava-se a entender.
Assim como eu. E não entendendo fui continuando a aprender.

Estúpidos professores! Se acham tão espertos e nem sequer lembram-se que foram crianças um dia.

Poesia Marginal

Poesia: a Flor da Madrugada

Minha semente
caiu do bolso
e no esgoto
nasceu uma flor

E a dor de saber que a flor solitária
abandonada ficou

no meio do lixo
no meio do nada

e na estrada que atropela
minha quebrada
eu pude ver
um ser que cheirou a flor
da madrugada

18/09/07

CINEMA: O Retorno

O Retorno - 'Vozrashceniye' - RUSSIA, 2003 - 105 min Dir. Andrei Zvyaginstev


Dois jovens russos vivem tranquilamente com sua mãe até que são surpreendidos pela recém chegada do pai que esteve 12 anos ausente. Essa figura misteriosa do pai desconhecido decide romper com as barreiras criadas pelo tempo de ausência e decide levar os dois filhos a uma viagem. A mãe aceita a idéia e os três partem sem destino definido. No decorrer da viagem os garotos envolvem-se de maneira distintas com o pai, enquanto o mais velho acata a autoridade do pai, o mais jovem está sempre em conflito com ele. Excelente filme onde o estreante Andrei Zvyaginstev, mostra quão estranho e cruel pode ser o universo dos adultos para uma criança, Thriller com um roteiro envolto em silêncio e mistério e uma belíssima fotografia. Um detalhe interessante é que o jovem ator russo Vladimir Garin de apenas 16 anos, um dos atores do filme, morreu logo após o término das filmagens do filme onde representou com maestria, afogado no lago onde grande parte do filme foi rodado.

Poesia: Jacques Prévert - Quel jour sommes-nous?

Quel jour sommes-nous?
Nous sommes toute le jour,
Mon ami.
Nous sommes tous la vie,
Mon amour.

Nous aimons et nous vivons,
nous vivons et que nous aimons.

et nous ne savons pas ce qui est vie,
et nous ne savons pas ce que le jour,
et ne sais pas ce que qui est l'amour.


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Qual dia somos nós?
Nós somos todos os dias,
Meu amigo.
Nós somos toda a vida,
Meu amor.

Nós nos amamos e nós vivemos,
nós vivemos e nós nos amamos.

e não sabemos o que é a vida,
e não sabemos o que é o dia,
e não sabemos o que é o amor.

Pedrada: Shirley Scott & The Soul Saxes

Shirley Scott & The Soul Saxes [1968]

Groovera de primeira.
altamente recomendado!!!

INFO (em inglês)

Shirley Scott (March 14, 1934 in Philadelphia, Pennsylvania — March 10, 2002) was a hard bop and soul-jazz organist.
BiographyShe had been an admirer of Jimmy Smith and over time would play piano and trumpet before moving to the Hammond organ. The organ would be her main instrument, but on occasion she still played piano. In the 1950s she became known for her work with saxophone player Eddie Davis, particularly the song "In the Kitchen". She was married to Stanley Turrentine during the 1960s and their musical collaboration was fruitful. In the 1980s she became a jazz educator.
She died of heart failure in 2002 and it is believed this had been hastened by the diet drug fen-phen.
Discography Please help improve this section by expanding it. Further information might be found on the talk page. (January 2009)
As leader
1958: Shirley's Sounds (Prestige Records) - with George Duvivier, George Tucker, Arthur Edgehill
1961: Shirley Scott plays Horace Silver, Prestige,
1958: Workin' , Prestige
1962 Sweet Soul, Prestige
1963 For Members Only, Shirely Scott Trio: Great Scott, 1964 , impulse, 1989, Mit dem Oliver Nelson Orchestra
1964: Queen of the Organ (Impulse!) with Stanley Turrentine
1963: For Members Only (Impulse!)
1964: Everybody Loves a Lover (Impulse!)
1964: Queen of the Organ (Impulse!)
1964: The Great Live Sessions (Impulse!)
1964: Girl Talk (Impulse!)
1965: Latin Shadows (Impulse!)
1966: Roll 'Em (Impulse!)
1966: On a Clear Day (Impulse!)
1966: Plays the Big Bands (Impulse!)
1967: Soul Duo (Impulse!)
1992 : Blues Everywhere, candid

.: DOWNLOAD :.

(retirado de: http://youandmeonajamboree.blogspot.com/)

Poesia: Quem Sabe

sem poesia tudo é oco

e
no
sufoco

louco

sobrevivi.

li,
reli,

escrevi...

mas que diabos o poeta quer dizer?!
eu não sei.

quem sabe?

...quem sabe a folha vazia saiba do poeta.
...quem sabe a tinta saiba do poeta

...quem sabe a poesia saiba do poeta

quem sabe...

Dislexia Crónica (ou chronicas)

dislexia
do Gr. dys, mal + léxis, falas. f., Med.,
perturbação patológica caracterizada por perturbações na leitura (erros, lacunas, distorções) e dificuldade em compreender as palavras;
qualquer perturbação relativa a dificuldade em identificar, compreender ou reproduzir simbologia escrita.

crónica
do Lat. chronicas. f.,
narrativa histórica, segundo a ordem dos tempos;
noticiário dos periódicos;
comentário de factos da actualidade;
referências desfavoráveis à vida de alguém;
revista científica ou literária que forma uma secção de jornal.